domingo, 24 de fevereiro de 2008

Maquiavel - Arte da Guerra II

Maquiavel - A Arte da Guerra !!

..." POr isso, restamos nós apenas , e não podemos confiar que qualquer outra pessoa o conhecesse como nós, pois que não aparecem as obras das suas louváveis qualidades. Verdade é que não lhe foi, porém , tão adversa a fortuna que não ficasse nenhuma ligeira recordação da destreza de seu engenho, como demonstram alguns escritos e composições de amor em versos de sua lavra; versos nos quais, embora não estivesse enamorado, se exercitava na juventude, para não despender o tempo em vão, de modo que a mais elevados pensamentos a fortuna o conduzisse; pelo que se pode claramente compreender com quanta felicidade descrevia seu pensamento, e quantahonra lhe teria dado a poesia, se ela, como um fim, se tivesse dedicado. Havendo portanto a fortuna nos privado do convívio de tal amigos; parece-me não haver outro remédio senão procurarmos ao máximo gozar da sua memória e lembrar se alguma coisa foi por ele dita com agudez ou discutida com sabedoria. E como nada se tem de mais recente do que a conversa que há pouco tempo o senhor Fabrizio Colobba(Condottiero, pertencia a uma familiaa romana gibelina que até o século XVI foi grande adversária do papado)

travou com ele em seus jardins (onde tal senhor discorreu vastamente sobre as coisas da guerra, por Cosimo), pareceu-me que, como alguns outros amigos nossos estivessem presentes, seria bom trazê-lo a memoria, a fim de que, lendo isto, os amigos de Cosimo que ali estavam reunidos reacendessem em seu ânimo a lembrança das suas virtú, entre os ausentes , alguns lamentassem não ter participado e outros aprendessem muitas coisas úteis não só a vida militar , mas também á vida civil. COisas que foram sabiamente discutidas por um homem sapientíssimo.

Digo, pois que, retornando Fabrizio Colonna da Lombardia , onde durante muito tempo combaterra com grande glória pelo rei católico(trata-se de Fernando, o Católico cf. CApata, op cit, p 271), decidiu , ao passarpor Florença, descansar um dia naquela cidade, para visitar sua excelência o duque e rever alguns gentis-hoemns com os quais anteriormente tivera alguma familiaridade. Donde que pareceu oportuno a Cosimo convidá-lo para os seus jardins, não tanto para fazer uso de sua liberalidade quanto paera ter motivo de falar com ele longamente e dele ouvir e aprender várias coisas, de acordo com o que de tal homem se pode esperar , parecendo-lhe haver ocasião de passar um dia a discorrersobre matérias que satisfaziam seu ânimo. Foi então ali ter Fabrizio, atendendo a sua vontade, sendo recebido por Cosimo e por alguns outros seus fieis amigos, entre os quais estavam Zanobi Buondelmonti, Batista della Palla e Luigi Alamanni (Zanobi Buondelmonti: mercador e banqueiro a quem foram dedicados os Discursos e Vida de Castruccio, Batisrta della Palla; amigo de Maquiavel; Luigi Alamanni, poeta e escritor , a quem também foi dedicada Vida de Castruccio, Buondelmonti e Alamanni participaram da conspiração contra o cardeal Giulio de MEdici), jovens todos, benquistos por ele e amentes dos mesmos estudos cujas boas qualidades omitiremos, para que todos os dias e a todas as horas por si mesmas se louvem, Fabrizio foi , portanto em conformidade com os tempos e o lugar, homenageado com todas as maiores honras possiveis ,mas, passados os prazeres convivais , retiradas as mesmas e terminados todos festejos........

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